Durante a preparação para os Jogos Olímpicos de 2012, a seleção brasileira de boxe realizou uma clínica de treinamentos com a equipe britânica. Em uma luta de pesos-galos, categoria formada por atletas de até 60 quilos, o escocês Josh Taylor reclamou da atitude do brasileiro Robson Conceição. A certa altura, embora fosse apenas uma simulação de combate, Taylor ficou encurralado pela vontade acima da média do oponente. Robson agredia com firmeza, sem aliviar nos golpes, e o britânico exigiu que o confronto fosse interrompido. Afinal, era apenas um treino. Alguns meses depois, eles voltaram a se encontrar. O chaveamento dos Jogos de Londres os colocou frente a frente logo no primeiro combate. Apesar de Robson ter lutado bem, os juízes deram a vitória para o dono da casa. Até hoje, pairam dúvidas sobre o resultado, mas a verdade é que o brasileiro estava eliminado. Era a segunda participação de Robson numa Olimpíada – e a segunda derrota na primeira luta. Em Pequim, o vencedor foi o chinês Yang Li. Assim como em Londres, ele perdeu com pontuações dos juízes beneficiando os donos da casa. “É decepcionante, pois o lutador sabe quando o resultado é favorável”, diz Robson. “Isso não me desanimou. Ao contrário, me fortaleceu para buscar uma medalha olímpica.”
Aos 27 anos, Robson Conceição está classificado para a sua terceira Olimpíada. Neste ano, no Rio de Janeiro, o anfitrião será ele, mas nem por isso quer ser beneficiado por juízes caseiros. A única ajuda externa que espera receber é a da torcida brasileira. Para contar com a vibração da arquibancada, sabe que terá de corresponder no ringue. Vontade não falta – e nunca faltou. Ele treina em dois períodos, de segunda a sábado, alternando parte técnica e física. A rotina é cumprida no centro de treinamento da seleção, em São Paulo, ou na academia Champion, em Salvador. É sempre o primeiro a chegar e o último a sair. A dedicação é constantemente elogiada pelos treinadores, que também precisam impor limites. Robson treina como se fosse uma luta e, se deixarem, não faz pausas nem interrompe os exercícios. “Ele sabe onde quer chegar e confia nos resultados ”, diz Mateus Alves, um dos cinco treinadores da seleção brasileira responsável pela preparação do atleta. “O condicionamento físico é o maior diferencial dele, o que permite que mantenha a intensidade nos três rounds.”
Nos últimos três anos, Robson Conceição vem acumulando resultados expressivos. É bicampeão continental e ganhou as medalhas de prata e bronze nos últimos mundiais, realizados no Cazaquistão, em 2013, e no Catar, em 2015. Os torneios são realizados pela AIBA, a associação internacional responsável pelo boxe nas Olimpíadas. Há cerca de dois anos, a entidade criou uma liga profissional para que os atletas lutem por bolsas de dinheiro, a Aiba-PRO. Foi uma maneira de minimizar a fuga para a milionária liga americana. Pelas regras da Aiba-Pro, as lutas são realizadas entre oito e 12 rounds, ao contrário dos três rounds de três minutos nas competições olímpicas, e os atletas fazem parte de um ranking, pois não representam a seleção. Robson é o primeiro da lista de sua categoria. “Ele é o melhor do mundo há muito tempo”, Luiz Dórea, o principal treinador de boxe do Brasil e dono da academia onde Robson treina na Bahia. “Sabe trocar golpes como fazia Mike Tyson, e pode também ser um estilista, com excelente bloqueio.”
“Ele é o melhor do mundo há muito tempo”, diz o técnico da seleção, Luiz Dórea. Para Esquiva Falcão, medalha de prata em Londres-2012, Robson é favorito ao ouro no Rio
Durante a preparação para os Jogos Olímpicos de 2012, a seleção brasileira de boxe realizou uma clínica de treinamentos com a equipe britânica. Em uma luta de pesos-galos, categoria formada por atletas de até 60 quilos, o escocês Josh Taylor reclamou da atitude do brasileiro Robson Conceição. A certa altura, embora fosse apenas uma simulação de combate, Taylor ficou encurralado pela vontade acima da média do oponente. Robson agredia com firmeza, sem aliviar nos golpes, e o britânico exigiu que o confronto fosse interrompido. Afinal, era apenas um treino. Alguns meses depois, eles voltaram a se encontrar. O chaveamento dos Jogos de Londres os colocou frente a frente logo no primeiro combate. Apesar de Robson ter lutado bem, os juízes deram a vitória para o dono da casa. Até hoje, pairam dúvidas sobre o resultado, mas a verdade é que o brasileiro estava eliminado. Era a segunda participação de Robson numa Olimpíada – e a segunda derrota na primeira luta. Em Pequim, o vencedor foi o chinês Yang Li. Assim como em Londres, ele perdeu com pontuações dos juízes beneficiando os donos da casa. “É decepcionante, pois o lutador sabe quando o resultado é favorável”, diz Robson. “Isso não me desanimou. Ao contrário, me fortaleceu para buscar uma medalha olímpica.”
Aos 27 anos, Robson Conceição está classificado para a sua terceira Olimpíada. Neste ano, no Rio de Janeiro, o anfitrião será ele, mas nem por isso quer ser beneficiado por juízes caseiros. A única ajuda externa que espera receber é a da torcida brasileira. Para contar com a vibração da arquibancada, sabe que terá de corresponder no ringue. Vontade não falta – e nunca faltou. Ele treina em dois períodos, de segunda a sábado, alternando parte técnica e física. A rotina é cumprida no centro de treinamento da seleção, em São Paulo, ou na academia Champion, em Salvador. É sempre o primeiro a chegar e o último a sair. A dedicação é constantemente elogiada pelos treinadores, que também precisam impor limites. Robson treina como se fosse uma luta e, se deixarem, não faz pausas nem interrompe os exercícios. “Ele sabe onde quer chegar e confia nos resultados ”, diz Mateus Alves, um dos cinco treinadores da seleção brasileira responsável pela preparação do atleta. “O condicionamento físico é o maior diferencial dele, o que permite que mantenha a intensidade nos três rounds.”
Nos últimos três anos, Robson Conceição vem acumulando resultados expressivos. É bicampeão continental e ganhou as medalhas de prata e bronze nos últimos mundiais, realizados no Cazaquistão, em 2013, e no Catar, em 2015. Os torneios são realizados pela AIBA, a associação internacional responsável pelo boxe nas Olimpíadas. Há cerca de dois anos, a entidade criou uma liga profissional para que os atletas lutem por bolsas de dinheiro, a Aiba-PRO. Foi uma maneira de minimizar a fuga para a milionária liga americana. Pelas regras da Aiba-Pro, as lutas são realizadas entre oito e 12 rounds, ao contrário dos três rounds de três minutos nas competições olímpicas, e os atletas fazem parte de um ranking, pois não representam a seleção. Robson é o primeiro da lista de sua categoria. “Ele é o melhor do mundo há muito tempo”, Luiz Dórea, o principal treinador de boxe do Brasil e dono da academia onde Robson treina na Bahia. “Sabe trocar golpes como fazia Mike Tyson, e pode também ser um estilista, com excelente bloqueio.”
Robson está na seleção há 10 anos. Nesse período, além das duas Olimpíadas, foi aos Jogos Pan-americanos de Guadalajara, em 2011, onde conquistou a medalha de prata. Nas quartas-de-final, protagonizou um momento curioso. Levantou um cartaz romântico, para a também boxeadora Erika Mattos: “Erika, te amo. Quer casar comigo?” Ela estava no Brasil e assistiu, pela TV, ao pedido do noivo. Da união nasceu Sophia, que tem pouco mais de um ano de idade. Para oferecer melhores condições financeiras à família, Robson pensa em migrar para os Estados Unidos após a Rio-2016. A ideia é se profissionalizar. Ele sabe que os lutadores fazem a transição entre 22 e 24 anos. Aos 27, confia na longevidade para ter sucesso na empreitada. “Após a conquista da medalha olímpica, esse deve ser o meu próximo passo”, diz. “Quero ser também dono do cinturão de campeão mundial.”
Quem escolheu esse caminho foi o brasileiro Esquiva Falcão, medalha de prata na Olimpíada de Londres. Há pouco mais de dois anos, Esquiva foi morar em Las Vegas para se preparar para as lutas profissionais. Invicto há 12 lutas (foram nove vitórias por nocaute), ele deve disputar o cinturão de campeão mundial entre o final de 2016 e o início de 2017. “Vejo a Olimpíada como um ciclo, e eu atingi a minha meta, que era conquistar a medalha”, diz Esquiva, porta-bandeira da delegação brasileira na festa de encerramento dos Jogos de Londres. “Estou longe, mas sei que três atletas têm chances de medalha. O Robson é um deles. E pode ser ouro.”
Ele integra a seleção brasileira desde os 17 anos e sempre esteve entre os melhores do mundo em sua categoria
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